INVEJA


Em pequenas doses é estimulante, mas, em excesso, a inveja pode mesmo chegar a ser doentia. O limite será passar da simples cobiça à crítica e à mentira como forma de sabotagem.


4 formas de inveja

■ comparação - comparar o alheio com o próprio
■ frustração - sentimento de fracasso
■ subvalorização - percepção pormenorizada do pessoal
■ insegurança - falta de segurança em si mesmo e no que faz.


"A dor causada pela sorte de alguém que se nos assemelha", assim a definiram os antigos filósofos gregos. Do ponto de vista etimológico, o termo inveja tem origem na palavra invidere, cujo significado é "ver com maus olhos".
Existe em todas as culturas e épocas, tanto em homens como em mulheres. No entanto, por que será que acontece? 



Enquanto pessoas, a individualidade leva-nos a comparar-nos com os outros, com as suas qualidades, virtudes, inteligência... Desde a infância desejamos o que vemos: ser como os nossos irmãos, ter o que os nossos vizinhos têm...
A comparação pode ser encarada como uma estimulação para nos superarmos. Mas também pode ser fonte de inveja.


Na defensiva para não parecer inferior

A inveja é um mecanismo de defesa que pomos em funcionamento quando, ao compararmos com alguém, nos sentimos inferiores. A subvalorização provoca frustração, sentimento de derrota e repulsa própria, e vem, normalmente, acompanhada de juízos de valor, críticas, ódio... Em relação à outra pessoa. Poderíamos dizer que é uma tentativa desajeitada para recuperar a confiança e a auto-estima, já que também nos sentimos culpados. No entanto, além de nos envergonharmos de sentir estas emoções, também somos condenados pela sociedade.



Aprenda a tirar partido da inveja

A inveja já acabou com muitas amizades quando uma das partes consegue algo que a outra desejava. Mas a relação pode sobreviver se houver diálogo. 



O perfil do invejoso

Destrata: desvaloriza perante todos tudo o que pode à mínima oportunidade.
Justiceiro: considera "injusto" que a vida corra bem aos demais. Critica em nome da verdade.
Pessimista: menospreza o êxito, o trabalho, as dificuldades do outro...
Crítico: esforça-se por encontrar o defeito, o ponto fraco, o mínimo erro.
Esquivo: evita cruzar-se cara a cara com a pessoa que inveja. A sua presença causa-lhe dor.
Queixa-se: está sempre se lamentando de como a vida é ingrata consigo.
Autopunitivo: recrimina-se por esses sentimentos, que não controla.
Soberbo: não permite que ninguém julgue os seus atos, muito menos em público
Egoísta: quer tudo o que vê e não partilha um triunfo.




A inveja pode causar sofrimento
 
Saber lidar com as nossas ambições e, ao mesmo tempo, com as nossas próprias limitações parece ser o segredo para uma boa gestão da inveja. A inveja é um sentimento muitas vezes inconsciente que, apesar da conotação negativa que geralmente transporta, nos pode ajudar a uma transformação interior. Pelo contrário, se mal gerida, a inveja pode manifestar-se por comportamentos obsessivos e compulsivos, causando sofrimento à pessoa e a outros.

 
A inveja tem uma conotação negativa, de desejar ter as qualidades ou objetos que outra pessoa tem, embora sem esforço, o significado mais habitual da inveja, um sentimento que se manifesta em atitudes contraditórias, denegrindo-se muitas vezes a pessoa de quem se tem inveja. Essas atitudes surgem a um nível subconsciente, pois a pessoa pode ter uma percepção da sua inveja e por isso vai dizer que a outra pessoa tem sorte, que Deus dá nozes a quem não tem dentes. É portanto um fator psicológico que está por trás da inveja. Muitas vezes as pessoas são medíocres, pois, se não o fossem, não precisavam ter inveja, de procurar um modelo, na base da inveja existe uma incapacidade em lidar com uma situação em que um tem e outro não tem. A pessoa confiante não tem inveja, consciente do seu valor, pode no máximo desejar mais, mas não ter inveja. Quando mal gerida interiormente, a inveja pode acabar em doença, causando sofrimento ao próprio e aos outros: num extremo, a inveja pode provocar comportamentos de obtenção pela força. Pode ser uma ideia sub-realizada, transformando-se depois numa obsessão, marcada por comportamentos compulsivos. No entanto, a inveja, fazendo parte da natureza humana, deve ser vivida de modo saudável, isto é, transformando-a em admiração pelo(a) outro(a).



Um comentário:

  1. "inveja , é uma serpente traiçoeira , onde só rasteja por falta de grandes membros, sua ignorância, sua pobreza em vislumbrar seu (EU) seu universo , seu cérebro"-Jonecir Tavares.

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