Abra o seu coração





O medo de abrir o coração, é um dos medos mais básicos de todos os seres humanos. Este é o medo que tem dado origem aos monges e às freiras. Todo o passado da humanidade foi dominado por esse medo, como um câncer da alma.

          Parece muito lógico que, se você compartilhar o seu amor, ele será desperdiçado e logo você ficará infeliz. Essa é a lei comum da economia: se você quiser ter mais dinheiro, não o compartilhe, seja miserável. Ganhe o tanto que você conseguir e dê o mínimo possível. Somente assim você consegue acumular e ficar rico.
       


   Isso é verdadeiro no que se refere ao mundo exterior, mas é absolutamente falso quanto ao mundo interior; ali funciona uma lei totalmente diferente. A lei interna é: se você não dá, você perde; se você dá, você conserva. Quanto mais você dá, mais você tem. Quanto menos você dá, menos você tem. Se você não der nada, nada terá, ficará completamente vazio, um túmulo, e dentro do túmulo não há qualquer possibilidade de uma flor desabrochar. As flores necessitam do sol, da chuva, do vento, das estrelas, do céu, dos pássaros. Por mais delicada que ela seja, ela necessita abrir-se para a existência. Em tal abertura, a fragrância é liberada, o esplendor que estava preso é liberado.

Dentro de um túmulo não há qualquer possibilidade de rosas desabrocharem, mas existe a possibilidade de cobras, escorpiões e aranhas; tudo o que é feio e venenoso. Se o túmulo está completamente fechado, o seu próprio ar se torna veneno.
  
E milhões de pessoas estão vivendo a vida de monges e freiras. Elas podem não ter ido para o monastério, elas podem estar vivendo com suas esposas e filhos, mas estão fechadas. Eles podem estar vivendo no mundo, mas se protegendo muito, sempre cautelosas e calculando, para que suas vidas não tenham qualquer alegria, dança ou canção.   É preciso um pouco de coragem para fazer da vida uma celebração.


 Por quem você está sentindo esse vasto amor? Só por você mesmo? Porque amar significa ter uma direção, um objeto. O amor é sempre endereçado a alguém. A quem o seu amor é endereçado? Você é como um envelope ainda não aberto: você nem mesmo leu o que está escrito na carta, você nem sabe se existe uma carta dentro ou se está simplesmente carregando um envelope vazio. A não ser que abra o envelope, você nunca saberá. Abra-o!
       
   E lembre-se, o poço nunca se esgota porque no fundo ele é conectado ao oceano. O oceano está continuamente alcançando-o em pequenas nascentes. Na verdade, se você não tirar água do poço, ele morrerá, porque as nascentes não serão mais necessárias e ficarão bloqueadas. Não sendo usadas, elas perderão a sua função, e a velha água se tornará  estragada e morta, talvez venenosa. É bom para o poço que sua água seja tirada. Quanto mais água você tirar, mais correntes de água fresca chegarão ao poço. O poço não está desconectado da existência.
   
    Certamente o seu coração é um poço. Se ele for mantido fechado, você não captará a energia do universo fluindo para você. Continue se esvaziando e você ficará surpreso: quanto mais se esvaziar, mais cheio você ficará.
Quando você está totalmente vazio, a existência toda entra em você. Todas as estrelas estão dentro de você, assim como o sol e a lua. De repente você se vê tão vasto quanto o universo.






        Ser nada é a única maneira de ser tudo. Ser ninguém é a única maneira de ser divino. O vazio traz o divino.

Nada jamais é perdido, desviado ou rejeitado.


          Mas as pessoas se sentem muitas vezes rejeitadas porque antes mesmo delas darem algo, já existe a expectativa. Se sua expectativa não for satisfeita, elas se sentem rejeitadas. É a expectativa que está criando problema, não o amor. 
          Dê o amor sem qualquer corda amarrando-o. Dê o amor pelo puro prazer de dar. Alegre-se dando-o.

Todo tempo e todo lugar é o lugar certo! E porque você está aqui neste momento, permita que este seja o lugar. Onde você poderia encontrar um espaço melhor, com pessoas mais bonitas, mais receptivas, mais amorosas do que estas que estão à sua volta ?





Nenhum comentário:

Postar um comentário